quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

VITAMINA D

A vitamina do Sol

Sheila Maria Costa e Castro é Nutricionista do NAIS – Núcleo de Atenção Integral à Saúde – UNIMED – São José dos Campos - SP

Vivemos num país que recebe a luz solar o ano inteiro e, demasiadamente preocupados com a radiação, nem nos damos conta que isso é na verdade uma sorte, pois precisamos do sol o tempo todo para manter uma boa saúde.

Como em tudo na vida, o equilíbrio é o segredo e certamente não é necessário evitar os raios solares para se evitar as doenças. A exposição à radiação ultravioleta é a maior fonte de vitamina D para a maioria as pessoas, mas a localização geográfica e a estação do ano influem no risco de deficiência. Durante um período do ano, conhecido como “inverno da vitamina D”, a intensidade dos raios UVB enfraquece em algumas regiões terrestres, a ponto de afetar a produção dessa vitamina pela pele. A camada de ozônio bloqueia os raios UVB e eles são mais intensos próximo ao equador, onde o raio de sol percorre uma distância menor através da atmosfera.

Assim, para nós brasileiros, a síntese de vitamina D é possível o ano todo e por esse motivo podemos afirmar que viver na linha do Equador é mesmo uma sorte.

O cuidado com a saúde deve ser alvo da nossa atenção diária, mas existe um certo exagero no tocante ao uso de protetores solares, que bloqueiam grande parte dos raios UVB. Ora, são exatamente esses raios que, sob a ação do calor, estimulam os queratinócitos, nossas células da pele, a produzir a vitamina D. Países do primeiro mundo já suspeitam de que o uso excessivo de bloqueadores possa ser responsável pelo aumento dos casos de osteoporose em mulheres.

A vitamina D é produzida tanto por organismos vegetais como animais e desempenha papel preponderante na absorção de cálcio da alimentação. Nem é preciso dizer que se a absorção é adequada, a saúde óssea fica garantida. Porém, muitas vezes ela fica esquecida, o que acaba por gerar problemas que certamente aparecerão mais cedo ou mais tarde.

Atualmente fala-se muito na necessidade de uma ingestão adequada de fibras para controle da obesidade e dislipidemias, mas, sendo a vitamina D um composto lipossolúvel, também pode ter sua absorção prejudicada se o cardápio abusar daquelas do tipo solúvel, especialmente quando se utiliza compostos de fibras comercializados por aí, sem nenhum controle.

Peixes gordos, gema de ovo, fígado e manteiga podem ser consideradas boas fontes de vitamina D, mas a exposição solar é a melhor forma de assegurar um bom status no organismo. O leite materno é pobre em vitamina D e por esse motivo os bebês se beneficiam enormemente dos banhos de sol.

Pessoas com mais de sessenta anos tem a absorção diminuída e também precisam se expor mais ao sol. Bastam quinze minutos diários, com aproximadamente 30% do corpo a descoberto, para que o processo se complete. Após esse tempo, é não só necessário, mas imprescindível o uso do protetor solar, para que não se absorva a radiação, que em excesso já provou ser nociva à saúde da pele.

Uma saúde perfeita depende de muitos fatores e a alimentação nesse caso exerce papel relevante. Embora as vitaminas não sejam fontes de calorias, é importante observar que em alguns casos nem é preciso comer para se alcançar uma ingestão adequada.

É o caso da vitamina D, que durante um agradável banho de sol aparece como num passe de mágica, nos dando ossos mais fortes e garantindo o melhor aproveitamento do cálcio da dieta. Tome sol com freqüência, ele faz um grande bem à saúde, não engorda e é grátis!