Doenças transmitidas por alimentos
Agência FAPESP
A carência de informações sobre higiene e segurança
alimentar, destinadas aos segmentos populacionais mais vulneráveis às
doenças transmitidas por alimentos (DTA), motivou o desenvolvimento de
um estudo coordenado por William Waissmann, pesquisador da Escola
Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A pesquisa levou à produção de um site e de vídeos educativos, a fim
de despertar a população para a prevenção das DTA, particularmente no
ambiente doméstico. Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)
indicam que metade dos casos de DTA ocorre no ambiente doméstico,
resultante de falhas higiênicas na manipulação dos alimentos.
O estudo apontou que a maioria dos entrevistados (82,1%) não conferia
etiquetas, composição, data de validade e origem dos alimentos. Metade
dos participantes desconhecia que alimentos sem alterações nas suas
características sensoriais podem causar doenças e que produtos
refrigerados devem ser selecionados ao final das compras.
Um terço não conferia as condições dos ovos e 10% compravam ou
consumiam carnes oriundas do comércio ambulante. Além disso, 71% dos
entrevistados nunca foram orientados sobre o assunto em consultas com
diferentes profissionais de saúde.
O site Cuidar dos Alimentos conta com áreas especiais para os públicos
infantil e adulto e aborda questões relacionadas a compra, preparo,
armazenamento e conservação de alimentos no ambiente doméstico.
Os vídeos estão disponíveis no site. Os dirigidos a adultos enfocam os
temas “Alimento seguro”, “Doenças transmitidas por alimentos”,
“Família vai às compras”, “Parar de fumar” e “Terceira Idade”. Os
vídeos para crianças são “Mamãe e bebê” e “Canal saúde”.
“A expectativa é que os recursos educativos possam ser aplicados em
diferentes ambientes, como bibliotecas públicas, unidades de saúde,
universidades, entidades e órgãos públicos, grupos da terceira idade e
escolas”, disse Waissmann.
A pesquisa e seus produtos serão apresentados no dia 30 de março, às
14 horas, no auditório térreo da Ensp. A equipe técnica do projeto é
formada pelas pesquisadoras Alessandra Veggi, Cristiane Miranda da
Silva, Ivone Costa Soares e Tatiana Pastorello.